
Como os grandes que queimam rápida e furiosamente Basquiat deixou sua marca em várias áreas do fazer humano, isso inclui a moda. Viveu nas ruas, atuou nas ruas, usou material e temas das ruas em sua arte. Um homem que deu uma volta pelo lado selvagem. Nascido em Nova York em 1960, do encontro de Porto-Rico com o Haiti, pai e mãe. Sua mãe foi a grande influenciadora no seu gosto pelas artes plásticas e seu pai foi seu grande incentivador musical. Aos 17 foi pra rua grafitar e criou sua primeira assinatura SAMO.

Montou uma banda no furacão do movimento punk novaiorquino, era brother da galera da banda Blondie – apareceu até no clipe Rapture. Sua arte começou a ser cada vez mais aceita nos circuitos alternativos das artes e mês após mês suas obras ganhavam as paredes das galerias. Finalmente ele adentrou ao circuíto da vanguarda de uma cidade pulsante, suja e perigosa; cidade que hoje é só um eco na cidade acética e bilionária que reconhecemos em Manhattan. Soube aproveitar as oportunidades e virou figura cultuada em vida. Colaborou vividamente com o Andy Warhol e namorou a Madonna antes de ela ser A Madonna. Morreu de overdose de cocaína e heroína com a perigosa idade de 27 anos, nesse meio tempo foi um catalizador de todas as referências que apareciam em sua frente expressando furiosamente em seus desenhos.
O que ele veste,

Em vida, Basquiat embarcou no mundo da moda, foi modelo de passarela para marca Comme des Garçons em 87 com um terno cinza e camisa branca. Também apareceu em algumas capas de revista, sempre transmitindo sua figura marcante através de suas combinações inventivas e originais.
Se podemos apontar um “uniforme”, um traje característico do nosso personagem, este seria o terno Armani. Usava em qualquer ocasião: na rua, pintando, fotografando. Mas não ficou restrito a ele, assim como sua arte que era exercida em qualquer superfície seu expressar vestuário se aplicava em uma variedade de peças e cores.
Dá pra enxergar muito do Basquiat na moda atual, gente como Donald Glover está ai fazendo sua releitura de Basquiat da roupa ao cabelo. Muita gente do rap segue essa linha e por consequência a galera que os segue acaba adotando o estilo mesmo sem saber. Arrisco a dizer que muito do que se classificou como normcore o Basquiat já fazia muito antes do Seinfeld, mas fazia de forma muito mais interessante.

Pra quem é fã de roupa mais solta no corpo está aqui uma inspiração que demonstra como fazê-lo sem parecer que se está vestindo com um completo desmazelo, mas antes está atestando uma intenção genuína de estilo aplicado ao conforto. Quanto às cores uma inspiração direta seria optar por cores gastas, texturas batidas que demonstrem que você sobreviveu às furiosas marés do asfalto e está conectado à decadência das grandes metrópoles.